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Por que os realities shows são tão assistidos?


Psicóloga explica pontos que fazem as pessoas se interessarem pelos programas  
Mais um ano começou e, como de costume, na agenda dos canais abertos das televisões brasileiras, foi dada a largada dos famosos realities shows. Eles fascinam uma grande parcela da população e carregam uma grande audiência, embora a maioria não saiba explicar exatamente o porquê.
O foco do reality shows é transmitir aos nossos olhos a vida ao vivo e como ela realmente é, com alegrias, tristezas, divergências e atritos na convivência com pessoas diferentes. O sucesso desses programas vem da apresentação do cotidiano por meio dos dilemas reais dos participantes e das suas interações. A coordenadora do curso de Psicologia da UNESC Cacoal, Eliane Gusmão, pontua que os telespectadores do realities shows gostam de observar os comportamentos e atitudes dos participantes sem serem vistos, assim, se sentam diante da televisão e agem como juízes de comportamento.
Ainda de acordo com ela, com impressões diferentes de cada participante, os telespectadores gostam dizer como cada um deve se comportar. Há também aqueles que se identificam e se comprometem com as vitórias e derrotas do indivíduo dentro do programa. “Ao serem retratados e expostos na televisão para milhares de espectadores, as pessoas acabam se vendo e se sentindo representadas, por isso, chamam tanto atenção e conseguem tanta audiência”, destacou a professora da UNESC Cacoal.
Segundo Eliane, o estilo do programa, costuma criar no público a ideia de que eles também fazem parte da trama. “Um exemplo disso é a opção do poder de escolha do espectador, por meio da votação, para quem fica ou sai, isso acaba criando uma ilusão de controle”.
Apesar de ser um tipo de programa muito assistido e que levanta importantes pautas na sociedade, a psicóloga ainda alerta sobre o consumo excessivo da programação. “O conteúdo dos programas podem acarretar prejuízos psíquicos e/ou emocionais, dependendo da forma como o telespectador interpreta e internaliza as ações e comportamentos exibidos. Afinal, o participante assume o lugar de influenciador. Por isso, é muito importante ter um forte senso crítico e saber diferenciar o que é conteúdo emocional do outro e o que é conteúdo emocional seu. Algumas pessoas não conseguem, não querem ou até mesmo não foram ensinadas a lidar com suas questões emocionais. A falta de habilidades emocionais impacta na construção da personalidade do indivíduo, assim, alienar-se ao consumir ou deixar ser influenciado, apenas observando a vida dos outros na tela de uma televisão, pode parecer suprir a dificuldade de lidar com os obstáculos inerentes da vida”, finalizou a psicóloga.
Aline Boone- Assessoria de Imprensa/UNESC Cacoal